terça-feira, 20 de janeiro de 2009

TV e pirataria




Como é difícil escrever pouco! Desculpem-me, vou tentar ser mais resumido.

Ao contrário do Cinema, que ainda pode tirar excepcionais lucros das salas de exibição a TV é um desafio diferente. Quando eles comercializam séries antigas em DVD por preços extravagantes eu acho um absurdo porque os custos de produção já foram amortizados. Mas quando são séries novas, o abatimento dos custos deve se dar por publicidade. As margens, portanto são menores.

Você pode achar que a TV aberta é gratuita, mas não é bem assim. É um modelo de três partes. As emissoras produzem, o público assiste e os anunciantes pagam. Assim ao baixar os filmes, ou avançar nos comerciais você não está “pagando” pelo produto.

Muitas séries como Lost ou Desperate Housewives chegam à internet, antes da exibição na TV aberta, fazendo com que a audiência das séries caia. A produção dessas séries mais sofisticadas pode chegar a milhões de dólares por episódio.

Acho que o modelo de TV aberta vai continuar existindo, principalmente para Jornais, eventos ao vivo e novelas. O imediatismo vai continuar existindo. Elas também vão existir para exibir e gerar a própria programação local ou regional. Mas a exibição de séries ou filmes para TV vai sofrer uma mudança radical.

Um dos problemas é que com o modelo atual as emissoras controlam os contratos, a distribuição e exibição. Assim enquanto uma nova temporada não é negociada, os fãs podem ficar a ver reprises. Pode-se decidir que a série que você tanto gosta, não tem audiência no Brasil e assim as duas temporadas finais jamais vão ao ar.

Numa distribuição direta, do produtor para o espectador a distribuição (emissoras de TV e TV a cabo) seria desnecessária, mas o esquema de anúncios também não faria sentido. Assim para viabilizar um modelo economicamente a publicidade poderia ser feita com marcas d’água (semelhante ao logotipo das emissoras no canto, que quase nem é percebido). Apesar de o lucro com esse tipo de publicidade ser bem menor e com uma possibilidade de veicular a mensagem muito mais limitada, o custo de distribuição tenderia a zero.

Assim dá para imaginar que ao invés de baixar o último episódio de Lost e esperar pela “legendagem” voluntária de abnegados usuários. Você poderia se inscrever e baixar no mesmo dia do lançamento, já legendado e isso poderia lhe custar alguns trocados (algo como R$ 1), mas seria muito mais conveniente. Em especial se fosse um esquema de assinatura.

Imagine que só um episódio de Desperate Housewives chega ser baixado do Mininova por um milhão de usuários. Somando-se todos os sites desse gênero e outras formas de P2P dá pra chegar a dois ou três milhões de usuários. Adivinha? Se você faturar um Real de cada usuário e 1,5 Reais de cada anunciante, por cópia baixada fica fácil imaginar um faturamento direto de 1 milhão de dólares. Em um mesmo filme, marcas d’água poderiam ser vendidas por seguimento de 20 minutos e o faturamento poderia ser ainda maior.

O usuário ganha a praticidade e a facilidade do donwload com acesso direto ao lançamento sem reprises. O produtor ganha o seu dinheiro (menos é verdade) e também a difusão do trabalho. Penso que seria um modelo de negócios muito bom, mas que não agradaria é claro as Emissoras de TV.

É claro que para viabilizar as produtoras deveriam adotar o modelo. O que já aconteceu com a série Lost em questão. Veja em: http://en.wikipedia.org/wiki/Lost_(TV_series) – On Line Distribution (em inglês).

Nix.

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